sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Leproso por amor aos leprosos


O mundo está cheio de maus exemplos mas ao mesmo tempo contém estrelas brilhantes de amor ao próximo. É o caso do bem-aventurado Damião, que a 11 de Outubro vai ser canonizado. Este homem nasceu na Bélgica e chegou a Honolulu, como missionário dos Sagrados Corações em 1865, onde foi ordenado sacerdote.
A lepra afectou seriamente os nativos das ilhas do Hawai, que desconheciam a doença antes da chegada dos comerciantes. Perante o medo de que se espalhasse a epidemia, o rei Kamehameha IV mandou que todos os leprosos teriam de ser levados para uma colónia estabelecida no norte, na ilha de Molokai.
Vendo que os doentes estavam sem assistência religiosa e, por isso, sem conforto espiritual, o Pe. Damião solicitou ao seu bispo que o deixasse ir para a ilha, para atender os enfermos, que morriam em grande número. Aceite o seu pedido, construiu aí uma igreja e passou a assistir aos enfermos. Com sua actividade pastoral, conseguiu regenerar a convivência social na "colónia da morte", e levar alguma esperança aos leprosos.
Com o passar do tempo, o Pe. Damião contraiu também a lepra e morreu. Foram 16 anos de ajuda àqueles doentes. Em 2005, foi proclamado o maior belga de todos os tempos" pela televisão aberta (VRT). O Papa João Paulo II havia-o o beatificado em 1994. .E agora será canonizado no próximo dia 11 de outubro, na Praça de São Pedro, pelo Papa Bento XVI.
Mais de 300 livros foram escritos inspirados em sua vida. Também vários filmes foram feitos para dar a conhecer as obras deste santo; entre eles, o mais recente é "Molokai", dirigido por Paul Cox.
Para evitar o contágio com as pessoas sadias, o sacerdote não podia sair da ilha. Experimentou, assim, a dor física e também a solidão e o abandono que seus leprosos sentiam. Ele se privava inclusive de muitos meios essenciais para a sua vocação, como a presença de um sacerdote que o confessasse ou a ajuda e o consolo dos irmãos de sua comunidade.
Não obstante, os últimos dias de sua vida foram mais toleráveis espiritualmente. Ele contou com a ajuda de 6 missionárias franciscanas, que viajaram de Honolulu, assim como com o sacramento da confissão, administrado pelo Pe. Wendelino, um irmão sacerdote que foi socorrê-lo nos últimos dias.

7 comentários:

Em contra-corrente disse...

Só por um Homem como este já valia a pena a Igreja existir.
Mas felizmente são milhões que continuam a dar a vida pelos irmãos necessitados.

Joaquim João Costa disse...

Dizes bem, Em contra-corrente.
Tenho orgulho de pertencer a uma Organização que gera pessoas do calibre do Padre Damião.
Que ele peça por nós a Deus.

Graciana Soares disse...

Como é comovente sentirmos que alguém é capaz de se dar aos outros, pondo a sua vida em risco!
Homens como o Padre Damião são luzeiros que ajudam a acreditar na salvação da humanidade.

Anónimo disse...

Certamente que o seu Bispo e ele próprio, Pe. Damião, oraram muito antes de tomarem as suas decisões de entrega TOTAL para aliviar o sofrimento de seus irmãos doentes e abandonados. Não nos fará pensar porquê ou por Quem, se "enterrou" ele na "ilha maldita" de Molokai? Que o seu exemplo nos faça despertar para as necessidades dos nossos contemporâneos, da nossa palavra e da nossa acção.
Uma curiosidade: Ele nasceu um século e três dias antes do
FF.

Casta Simões disse...

É preciso não ter amor à vida!!!
Admiro esta gente fanática do amor ao próximo.

jammarques disse...

boa noite VER PARA CRER:
como pessoa inteligente e tolerante que é,permita-me que,em vez de o deixar a orar pelo Damien,um ingénuo e pobre suicida-para o que aos belgas havia de dar(eles que até têm Charles-Henry Spaak e Jacques Brel(e inclusive Georges Simenon e Yourcenar)-o deixe mais os seus comentadores habituais a treinar o inglês(americano)e a PENSAR MESMO:
http://www.huffingtonpost.com/2009/10/09/oreilly-debates-atheist-r_n_316178.html


PS:não porque seja padre o senhor do post seguinte,mas porque como homem faz obra meritótia em S. Tomé,garanto-lhe que,fora eu rico,e faria uma doação para o trabalho que lá prossegue.Daqui o felicito!

Ver para crer disse...

A desculpa é quase sempre essa, jammarques.
Mas não são os ricos que ajudam os pobres mas os desprendidos dos bens materiais.