terça-feira, 27 de outubro de 2009

Diálogo ecuménico


O diálogo oficial entre a Igreja Católica e as comunidades protestantes históricas – anglicana, luterana, reformada e metodista – vai entrar numa nova fase, assim o afirmou o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper, ao apresentar um livro que reúne os resultados desse diálogo durante os últimos 40m anos.
Este livro, preparado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos em colaboração com as comunidades protestantes, faz o balanço da situação do diálogo. "Com este livro, nós nos encontramos no fim de uma primeira etapa, repleta de frutos e, ao mesmo tempo, estamos entrando numa nova fase, que desejamos que seja tão frutífera como a anterior, e que nela possam ser resolvidos os difíceis problemas que estão pendentes", declarou.
E acrescentou: "Nós mesmos estamos gratamente surpresos por tudo o que foi alcançado nestes anos. Muitas das polémicas e mal-entendidos do século XVI foram reexaminados e, em parte, superados", disse.
O diálogo foi feito separadamente com as igrejas anglicana, luterana, reformada e metodista e, como já se esperava, as diferenças de interpretação bíblica e doutrinal são menores entre a Igreja Católica e Anglicana.
Talvez por via disso, há muitos anglicanos a pedir a integração na Comunhão Católica e o Papa para facilitar as coisas aprovou uma estrutura canónica que prevê a criação de ordinariatos pessoais, ou seja, que as comunidades anglicanas que entrem na Igreja Católica dependerão de um bispo particular e não do diocesano, como ocorre com alguns movimentos da Igreja.
A norma prevê também a ordenação de clérigos casados anglicanos como sacerdotes católicos, agora com menos burocracias.

6 comentários:

Lucrécia Rosa disse...

Então agora já os padres podem reclamar também o casamento. Se é para uns, deve ser para todos.

Ver para crer disse...

Esta lei de padres casados vindos do anglicanismo poderem continuar a exercer o sacerdócio ministerial já vem de há muito.
Veja a seguinte notícia do http://diario.iol.pt/sociedade/ultimas-padre-igreja-casamento-tvi24-padre-casado/1095265-4071.html:
«O padre Saúl de Sousa, único sacerdote católico português casado e em funções, morreu domingo aos 86 anos, vítima de problemas renais, anunciou esta segunda-feira a Agência Ecclesia.

Caso único na Igreja Católica em Portugal, o padre Saúl, que foi pároco das Mercês até 2007, tinha sido ordenado sacerdote em 1971, depois de ter pedido dispensa da Igreja Lusitana (anglicanos), que permite o casamento dos sacerdotes.

Na altura em que deixou a Igreja Lusitana, o padre Saúl era casado e tinha três filhos, passando desde então a ser o único caso conhecido de um sacerdote casado na Igreja Católica em Portugal.

Tecnicamente, mesmo os sacerdotes que abandonam a Igreja e se casam continuam a ser sacerdotes, mas em actividade de funções, como pároco, «o padre Saúl era mesmo caso único», disseram à Lusa fontes da Igreja Católica.

Os sacerdotes que deixem de exercer o ministério, por qualquer motivo, mantêm o seu carácter sacerdotal, mesmo que se casem, podendo mesmo, de acordo com o Código Canónico, prestar a absolvição numa situação de perigo de vida, sendo essa absolvição reconhecida pela Igreja Católica.

A mesma situação se passa relativamente aos sacerdotes suspensos «a divinis» por Roma: não podem exercer o ministério sacerdotal, mas continuam a ser sacerdotes.

Em 1968 o padre Saúl pediu dispensa da Igreja Lusitana para se converter à fé católica, tendo sido ordenado em 1971 na que acabaria por ser a última celebração presidida pelo então Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira.

Além da viúva, o padre Saúl deixa três filhos casados e seis netos, indica ainda a Agência Ecclesia».

Anónimo disse...

E por que é que os padres não hão-de casar?!
Não era isso mais humano...

joaquim disse...

O Papa bento XVI de quem tanta gente queria fazer crer ser um conervador "empedernido", revela-se afinal um homem de diálogo e tolerãncia, não deixando de ser um defensor constante da Doutrina da Fé.

Abraço amigo em Cristo

Anónimo disse...

A Igreja tem muitas rugas, e certamente as terá no futuro, devido às nossas limitações. Se tivesse havido mais humildade e caridade no passado, não teria havido tantas divisões que nos envergonham. Mas Deus está presente e vai renovando e corrigindo os nossos erros. A Igreja está a estender uma mão acolhedora. Que Deus una as mãos que se estemdem.
FF

P. Orlando Henriques disse...

A Igreja está sempre a caminhar: se é feita por homens, e os homens nunca estão acabados, mas estão sempre a caminhar para a perfeição, então a Igreja também: ela está sempre a converter-se, acada intante, do mesmo modo que cada cristão de uma maneira individual.

Por isso os erros e divisões do passado não nos devem angustiar: há que caminhar mas é no sentido da conversão permanente e do diálogo com os irmãos separados.

Eu também pensava que Bento XVI fosse demasiado conservador, e em alguns pontos até é, mas não há dúvida nenhuma que está a fazer um excelente trabalha no campo ecuménico.