sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Que magnífico exemplo!


Aqui e ali há lamentos de que muitas pessoas deixam a celebração da Eucaristia, sobretudo nas férias. E as igrejas ressentem-se dessas faltas. É certo que ainda este ano ouvi que nas praias as igrejas estavam repletas e em Fátima a mesma coisa. Mas que há muita gente a esquecer os seus deveres cristãos não há dúvidas. Por isso lembrei-me do exemplo duma jovem deficiente que foi encontrada a rastejar a caminho da Missa.


Um grupo de religiosas da congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados conta-nos que no caminho para Chissano (Moçambique) viram ao longe algo que lhes meteu medo. Quando se aproximaram, constataram, para sua surpresa, que era uma jovem a rastejar.

«Pudemos estabelecer uma conversa com ela através de uma senhora que passava por ali e que nos traduziu o que ela nos relatava em dialecto changana. A Olívia, era esse o seu nome, ia para a Missa, o que fazia todos os domingos, embora fosse deficiente e tivesse de ir de rastos. Era assim que se deslocava nos 4 quilómetros de caminho da sua casa à igreja.

As religiosas conseguiram comprar-lhe uma cadeira de rodas e hoje essa jovem de 25 anos é uma das suas protegidas.

Antes de dispor da cadeira de rodas, a areia do caminho queimava-lhe o corpo, mas ainda assim ia rastejando para a eucaristia, «dando um testemunho de superação e de fé heróica».

Este testemunho da Olívia faz-nos vir à memória o que responderam alguns cristãos da Abitínia aos seus algozes que os acusavam de transgredir a lei que proibia a sua participação na Eucaristia: «nós não podemos viver sem o domingo». Provera a Deus que os cristãos de hoje ainda pudessem dizer o mesmo com verdade!

Nos nossos dias, muitos cristãos com facilidade se dispensam da participação na Missa dominical, arranjando desculpas fáceis para esta falta. Ele é o cansaço do trabalho ou a falta de meio de transporte, ou mesmo, o que é pior, a falta de sentido do mistério que se celebra.

Não admira, pois, que a vida de muitos baptizados pouco ou nada tenha a ver com o que Cristo pregou e pelo qual deu a vida. E que o nosso mundo esteja a sofrer de graves enfermidades.

É preciso sacudir as consciências para que este mundo seja salvo.

O exemplo


Observando atentamente o mun-do, verificamos que a falta de ética é uma doença grave dos nossos tempos. As fraudes, a corrupção, as imoralidades pululam assusta-doramente.

A primeira escola da ética tem de ser a família. Aí se ensina pelo exemplo, aí se aprende pelo exem-plo do comportamento dos pais e dos outros adultos.

Mas nem sempre os pais têm esse cuidado de orientar seus fi-lhos no caminho do respeito pelos direitos dos outros, crescendo num ambiente de honestidade.

Há no entanto pais com a consci-ência da sua responsabilidade, que estão atentos mesmo às pequenas coisas.

Numa tarde soalheira de sába-do, Boby Lewis levou os seus dois filhos a jogar minigolfe. Aproxi-mou-se da bilheteira e perguntou: - Quanto custa a entrada?

- Três dólares para o senhor e três para cada criança acima dos seis anos. A entrada é livre para crianças com menos de seis anos. Quantos anos têm os seus peque-nos? - disse o funcionário.

- Um tem quatro e o outro tem sete - respondeu o pai. - Devo-lhe portanto seis dólares: três meus e três do mais velho.

O rapaz da bilheteira retor-quiu:

- O senhor podia ter ganho três dólares. Porque eu não sabia a idade do mais velho.

O pai respondeu:

- Você não sabia, mas os meus garotos sabem...

Boby não quis mentir para fugir ao preço, porque os filhos, embora pequenos, dariam pela mentira e aprenderiam a enganar os outros. Tinha consciência da importância do exemplo na educação dos fi-lhos..

Tinha bem presente esta bela palavra do escritor americano Emerson: KO que você é fala tão alto que não consigo ouvir o que está a dizer!»

O testemunho dos pais-bom ou mau - fala tão alto, tão forte que abafa as palavras por mais belas que sejam...