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O P.e. Carlos Torriani, missionário italiano do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (Pime), está na Índia desde 1969. "Os leprosos abriram-me as portas do céu": assim começa ele, quando lhe pedem para contar a sua vida entre esses doentes. "Quando cheguei a Bombaim, em 1969, a Índia já tinha bastante sacerdotes locais para as suas paróquias. O governo, pelo contrário, estava a preparar-se com a ajuda da Organização Mundial da Saúde para controlar a lepra. O lema que gravei na lembrança da minha ordenação sacerdotal era a frase de Cristo: «Fui enviado para levar a Boa Nova aos pobres, anunciar a libertação aos oprimidos».
“Decidi, então, pôr-me ao serviço dos leprosos. A prefeitura de Bombaim demarcou-nos dois grandes quarteirões, Chemburg e Kurla, com um milhão de moradores”.
“Comigo havia mais dois missionários: a enfermeira Luisa Marchesi e o médico dr. Salafia. Fomos procurando os que tinham a doença ou sinais de infecção e contámos mais de 4 mil leprosos no território a nós confiado. Estávamos nos anos oitenta".
“E, assim, em 1984, estávamos em Talosa, a 40 quilómetros de Bombaim. O terreno que nos foi doado era muito grande e então começámos por cultivar o arroz e as verduras que comíamos. Também nos auto-sustentávamos com a venda de mangas. Depois nasceu o desejo de orarmos juntos e, como na comunidade havia pessoas que professavam religiões diferentes: 5 católicos, 4 muçulmanos, 3 budistas e todos os outros hindus, me perguntei: «Se para rezar eu necessito do crucifixo, do Sagrado Coração ou da imagem de Nossa Senhora, também os outros têm a mesma necessidade de algo que lembre a fé deles e que os ajude a entrar num clima mais religioso».
“A partir disso, senti a exigência de criar um espaço para que eles se sentissem em casa. Comecei então a interessar-me pelos símbolos das diversas religiões que se professam na Índia”.
E assim nasceu "A Porta do Céu", como lhe chamou o Padre Carlos Torriani.
Lá os doentes trabalham, são apoiados e, o que mais importa, rezam, conforme a própria religião, numa capela ecuménica, mas numa solidariedade incomum entre grupos de religiões tão diferentes, como cristãos hindus, budistas e até ateus.
E o Pe. Carlos conclui: "Os doentes, como pedras rejeitadas pela sociedade, lembram que Cristo também se fez pedra descartada – como diz o Evangelho – mas salvou o mundo comodista, salvando esses doentes, colocando-se ao lado deles".
2 comentários:
Mais uma figura da Igreja que mostra o amor de Deus ao mundo.
Parabéns por estes testemunhos de caridade universal.
É uma honra pertencer a uma Igreja que tem imensas pessoas que se dão aos outros.
Viva Cristo Rei!!!
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