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Vi há dias a Grande Reportagem “Filhos do Coração” de Alexandra Borges na TVI sobre a escravatura de crianças no Gana. A primeira denúncia pública dessa escravatura só aconteceu em Outubro de 2006, no The New York Times. Sharon Lafraniere assinou um artigo na 1.ª página desse jornal, depois de passar alguns meses no lago Volta, onde relatava a violência a que as crianças pescadoras estavam sujeitas e apresentou ao mundo Mark Kwadwo, um menino de 6 anos que tinha sido vendido pelos pais, juntamente com dois irmãos mais velhos (Hagar, 10 anos, e Richard, 9 anos) por menos de 30 euros.
A história destas crianças chocou o mundo e indignou particularmente Pam Cope, uma ex-cabeleireira do Neosho, uma pequena cidade americana no Missouri, Texas, que há pouco havia perdido um filho de 15 anos por morte súbita.
Pam Cope não se limitou a ler a notícia. Em menos de uma semana conseguiu angariar 3.600 dólares para financiar o resgate de 7 crianças do lago Volta. “Eu não conhecia a Pam de lado nenhum e aquela mulher depositou o dinheiro na minha conta bancária e disse-me para eu resgatar Mark e os dois irmãos e, se possível, mais 4 crianças ainda antes do Natal!”, relembra George emocionado, que ainda hoje colabora no resgate de crianças. E nas férias do Natal Pam Cope tomou um avião e foi até ao Gana.
Em 2007, também Alexandra Borges fez uma reportagem sobre os meninos-escravos e depois de voltar promoveu a campanha «Filhos do Coração» apoiada pela TVI, que permitiu angariar 100 mil euros para resgatar e pagar a educação, saúde e segurança durante 10 anos a dez crianças.
Alexandra Borges quis ir ao Gana uma segunda vez levar o dinheiro e assistir ao resgate dessas crianças. E conta: Os miúdos “adquiriram brilho no olhar, brincam, são crianças, vão à escola... Mas fico sempre com a sensação de missão não cumprida, porque ainda há tanto para fazer... E isso dói. Levei dinheiro, sei que vamos conseguir manter mais crianças livres, mas ainda falta muito. Não há missões cumpridas, apenas algumas pequenas batalhas ganhas”.
5 comentários:
Acho bom este exemplo de alguém que perde um filho e passa a dedicar-se a outras pessoas que precisam.
E nós por aqui, por esta Europa, queixando-nos por tudo e por nada.
Pobre humanidade que tanto se afasta do amor ao próximo, embora aqui leiamos que graças a Deus ainda há pessoas que se preocupam e agem.
Abraço amigo em Cristo
E o que é mais triste é que seja preciso angariar dinheiro para pagar uma coisa a que qualquer pessoa tem direito. Direito! Deve recebê-lo grátis, apenas pelo simples facto de estar no mundo!
O que é mais chocante é que o crime esteja confortavel e inamovivelmente instalado em tantos lugares, como se uma coisa legal e justa se tratasse.
O que é mais trágico é que, apesar da alegria das crianças que foram libertadas, «não há missões cumpridas, apenas algumas pequenas batalhas ganhas».
Felizmente que há quem se deixe incomodar!
Obrigado por esta partilha, aquece -me o coração ver que há gente assim! Espero também poder dar assim ao mundo.
São pessoas assim que nos fazem crer que o mundo ainda não está podre de todo.
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