Dono de um currículo impecável dentro do mundo científico e de um entusiasmo contagiante em relação a tudo o que se refere à genética, Collins foi encarregado de encabeçar um consórcio público integrado por centros de pesquisa norte-americanos, britânicos, franceses, alemães e japoneses – os chineses vieram mais tarde – com a tarefa hercúlea de sequenciar todos os três biliões de pares de bases que constituem o DNA humano.
Entre 1995 e 1999, Collins e sua equipe protagonizaram, com a Celera Genomics, do cientista Craig Venter, uma competição acirrada pela primazia no anúncio do sequenciamento completo do “mapa da vida”. A corrida entre os consórcios público e privado culminou com um anúncio em conjunto, na Casa Branca, de que o Genoma Humano estava finalmente completo e pertencia, a partir dali, a toda a humanidade.
A data histórica ainda não havia completado seu sexto aniversário quando, em 2006, Collins lançou, nos Estados Unidos, o livro “A Linguagem de Deus”, no qual dava conta de que para ele não existia qualquer dilema entre fé e ciência. Em 300 páginas escritas com elegância e sinceridade, um dos mais notórios homens da ciência admitiu que acreditava piamente em Deus criador. A obra reacendeu o velho debate entre crentes e ateus, movimentou evolucionistas e criacionistas e suscitou embates históricos – o mais famoso deles deu-se entre Collins e o zoólogo e evolucionista britânico Richard Dawkins.
A polémica, no entanto, não foi suficiente para abalar o prestígio de Collins na comunidade científica ou afastá-lo das salas de aula e dos centros de pesquisa. Pelo contrário. No ano passado, ele foi nomeado por Barack Obama para dirigir os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, aos quais está directamente ligado o Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, que ele liderou ente 1993 e 2008.
Alheio à polémica gerada em torno de suas crenças, o cientista cristão acaba de lançar mais um livro. Intitulado “A Linguagem da Vida”, a obra é um apanhado sobre as mais recentes descobertas pós-genoma. Nela, Collins dá-nos conta – entre outras coisas – das maravilhas do Genoma e mostra ao leitor como a genética está conduzindo a medicina para o conhecimento do porquê das doenças. Um caminho onde, segundo ele, a personalização dos tratamentos já é uma realidade e a prevenção e a detecção precoce de doenças serão uma ciência cada dia mais precisa.
3 comentários:
É interessante o testemunho deste homem, grande cientista e grande cristão.
A ciência aproxima de Deus; o orgulho cega.
Deus deu inteligência ao homem para alguma coisa foi: para colaborar com Ele na "criação" dum mundo agradável.
Suponho que estará traduzido e publicado em português o livro a que se refere. Quem leu, devorou, o primeiro, está ansioso pelo segundo.
FF.
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