sexta-feira, 25 de junho de 2010

Falta de chamada ou de resposta?


Domingo próximo é dia de ordenações na nossa Diocese. Vamos ter mais 2 padres e três diáconos. Um destes seguirá mais tarde para o presbiterado. É pois dia de alegria para todos nós cristãos.
Um dos grandes problemas que aflige a igreja europeia é a falta de vocações para o sacerdócio. Será que Deus não chama? Será falta de resposta positiva dos chamados? E, neste caso, será que os jovens não sentem coragem para se dedicar a tempo pleno a Deus e à Igreja ? Ou será que a família, os catequistas ou os padres não chamam?!
Naturalmente que nenhum de nós sabe se é certa a sua resposta àquelas perguntas, mas pela minha experiência pessoal e pelo testemunho que hoje aqui trago a vocação ou chamamento é algo de pessoal que o jovem escuta e a que dá ou não o seu assentimento.
O Cardeal Pie, arcebispo de Poitiers, na França, costumava contar:
"Conheci perfeitamente um rapazinho pobre, nascido numa aldeia humilde de Chartres. Desejava muito ser sacerdote, mas os seus pais diziam-lhe que não era possível, porque não tinham dinheiro para pagar o seminário.
Certa vez, o pequeno entrou na Sé. Ao presenciar as cerimónias, tornaram-se mais fortes os desejos de ser sacerdote, mas... como consegui-lo?
Sem ser capaz de conter a sua tristeza desatou a chorar. Ao sair da igreja uma mulher, que vendia flores na praça, fixou-o e disse-lhe:
– Meu menino, porque choras? Que te fizeram?
Os soluços impediam-no de responder. Por fim falou, como quem confia um segredo:
– Eu queria ser padre, mas não tenho quem me ajude.
– Não te aflijas, filho, eu te ajudarei.
E assim foi. A vendedeira de flores trabalhava durante todo o dia e gastava as horas da noite a coser. Com o dinheiro que ia juntando, ajudou a pagar os estudos daquele rapazinho.
A vendedeira de flores já morreu. Os anjos levaram-na para muito alto no céu. O seu protegido vive e trabalha pela salvação das almas. Vós conhecei-lo. O pobrezinho que chegou a ser sacerdote, graças aos sacrifícios de uma santa mulher, sou eu, o vosso bispo".
Dizia Jesus:
– A seara é grande e os operários são poucos. Pedi ao Dono da seara que mande operários para a Sua messe.
Este é o nosso dever. O resto deixemo-lo nas mãos de Deus e na generosidade fiel dos que Ele chama.

4 comentários:

Em contra-corrente disse...

São muitos os chamados e poucos os escolhidos. Porque poucos dizem sim.

Catia Silva disse...

È interessante esta história do menino que queria ser padre e acabou or ser ajudado por uma florista.

Caros Amigos disse...

Ontem foi dia de alegria para a diocese de Coimbra: três novos sacerdotes e dois diáconos!
Que o SEnhor nos dê muitas e santas vocações sacerdotais.

Anónimo disse...

SIM!. Dia 27 de Junho é (foi) dia feliz: Para Coimbra, minha diocese de nascimento; para Lisboa, minha diocese de vida adulta, que teve a alegria de ordenar vários Sacerdotes e Diáconos permanentes, e para muitas mais, certamente. Deus chama e vai tendo respostas...
Também dia feliz para uma aldeia de Ansião onde se reuniu toda a descendência de um casal (48 pessoas): filhos, netos e bisnetos e cônjuges dos que casaram. Ponto alto desta celebração recordando os 100 anos da MÃE, foi a celebração Eucarística. No Altar, um filho Diácono Permanente, e um neto Presbítero, que presidiu.
Penso que foi também um momento alto e significativo para aquela pequena comunidade.
Graças a Deus.
FF.