Nos últimos anos tem vindo a aumentar o número de jovens portugueses que partem para países lusófonos, oferecendo o seu tempo de férias ao serviço de projectos de voluntariado missionário, que ajudam algumas das populações mais pobres do mundo. Este despertar da consciência missionária é um fenómeno muito relevante na vida da Igreja dos nossos dias, fruto de um processo gradual que tem gerado um novo dinamismo.
A "revolução" eclesiológica do II Concílio do Vaticano estimulou uma nova participação dos leigos na vida da Igreja, com repercussões óbvias na Missão. Assim, foi ultrapassada uma visão que limitava a cooperação à oração pelas Missões e ao gesto de partilha material, no Dia Mundial das Missões.
Em 2010, 360 voluntários de cerca de cinquenta entidades diferentes em Portugal vão partir em missões de cooperação internacional, para Moçambique, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Brasil, Timor-Leste, República Centro Africana, Colômbia e Zâmbia. Os jovens são quem, cada vez em maior número, doam um pouco da sua vida ao mundo missionário.
Os números actuais do voluntariado missionário são incomparáveis aos que deram início a este movimento, na década de 80. Os leigos missionários são todos aqueles que, em ligação com uma das entidades associadas a este projecto, queiram trabalhar, pelo menos durante um ano, em projectos de cooperação ou de evangelização com a Igreja Católica.
Num mundo global e interdependente, que “nos torna vizinhos, mas não nos faz irmãos” (Bento XVI, Caritas in Veritate, n.º 19, 2009), o Voluntariado Missionário pretende ser uma resposta de fraternidade à desatenção que caracteriza o tempo em que vivemos. Anualmente, muitos são os que, reconhecendo o valor da ajuda responsável e solidária, partem em missões de desenvolvimento que geram relações de afecto e proximidade com as populações locais.
Em Portugal, tal acção é visível, “sobretudo através dos jovens que todos os anos, e cada vez em maior número, doam, com alegria e generosidade, um pouco da sua vida ao mundo missionário, e que regressam com novo entusiasmo, que temos de saber acolher, estimular e multiplicar (…).” (Como eu vos fiz, fazei vós também – Para um rosto missionário da Igreja em Portugal, Carta Pastoral dos Bispos de Portugal, n.º 24, 2010). Nascido há 22 anos de forma espontânea, o Voluntariado Missionário é hoje uma realidade consolidada, que assume uma forte expressão e reconhecimento no nosso País.
3 comentários:
Os jivens foram sempre muito generosos. Pelo menos alguns ainda o são.
Os povos mais pobres só têm o apoio das organizações não governamentais, sobretudo as das igrejas. Os políticos querem é os impostos e os votos.
A caridade é a grande bandeira dos cristãos. E estes jovens dão-nos a garantia de que continuará a ser.
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