segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma santa ousadia juvenil


Talvez alguém leve a mal de falarmos de velórios no Carnaval, mas alguns fazem deles verdadeiro carnaval.
Todos sabemos que o velório dos defuntos serve para muita coisa que não devia servir. Como dizia alguém, por vezes “aí se enterram os vivos e desenterram os mortos.”
Um nosso leitor telefonou-me mesmo para dizer que ficou muito aborrecido porque alguns dos presentes em certo funeral de pessoa cristã lhe disseram que rezar o terço não estava de acordo com as leis da Igreja.
Há dias contaram-me que uma jovem no velório do seu avô, vendo que as pessoas não se calavam, decidiu levantar a voz para censurar o que se estava a passar. E disse com a irreverência própria da idade:
– Desculpem! Mas todos sabem que o meu avô, se agora pudesse falar, diria que não gostava do que se está a passar neste velório. Sei que ele gostaria que guardassem as conversas para outro lado e fizessem o maior silêncio possível ou rezassem. Não levem a mal mas ou rezem comigo ou vão à vossa vida. Desculpem! Desculpem!
Quero aqui deixar um louvor a esta jovem. A sua ousadia só pode ser criticada por quem não tem capacidade para entender que um velório deve ser uma comunhão na dor de quem perdeu um ente querido e uma ocasião de reflectir e rezar. Aquilo que se passa em muitos velórios é desumano e anticristão. Se querem conversar, deixem a sala onde está o defunto e procurem um sítio mais próprio para isso.
Não é preciso estar sempre a rezar e muito menos em voz alta: o silêncio também é importante. Mas deve haver comunhão com o que partiu e com os seus familiares que ali estão horas e horas seguidas. O barulho só serve para os debilitar ainda mais.

7 comentários:

Joaquim Costa disse...

Dizes bem. O respeito fica bem em todo o lado e muito mais nestas ocasiões tristes para os familiares.

Anónimo disse...

Plenamente de acordo. Incomoda-me o falatório barato em todas as circunstâncias mesmo naquelas em que devia haver silêncio. Para além da companhia que se faz aos familiares de um defunto, deveria respeitar-se a sua dor. Tenho presenciado que em algumas igrejas, aquelas por onde ando, às vezes parece que depois da Celebração, começa uma autêntica feira da ladra, sem qualquer respeito pelo lugar e por quem está. Péssimo exemplo.
FF.

Maria João disse...

Sem dúvida. Haja respeito!

E como se vê isto vezes sem conta ...


beijos

Caros Amigos disse...

É ouma pouca vergonha o que se está a passar nos velórios. As pessoas acham que estão num local público e por isso têm todos os direitos a fazer o que querem.
Respeito pelos vivos e pelos mortos precisa-se!

Anónimo disse...

Não será uma forma de as pessoas se esquecerem da morte?!!!

Joaquim Costa disse...

Anónimo.
E não será também uma frma de essa gente se esquecer dos vivos, familiares dos defuntos???

Joaquim Costa disse...

Anónimo.
E não será também uma frma de essa gente se esquecer dos vivos, familiares dos defuntos???