quarta-feira, 9 de maio de 2012

A coragem de uma mãe

Li a história no Expresso de há dias. E procurei mais pormenores na internet. Susana Trimarco sofreu uma reviravolta há dez anos. Em 3 de abril de 2002, a sua filha, María de los Ángeles Verón, desapareceu em San Miguel de Tucumán, capital da província argentina de mesmo nome.
Marita, como era conhecida, foi sequestrada na rua quando ia ao ginecologista. Tinha 23 anos e deixou uma filha de 3. Chegou a ser vista em duas casas de prostituição da província de La Rioja, mas a polícia desconhece o seu paradeiro. Após uma notícia na rádio, alguém os contactou para dizer que tinha visto Marita num bordel. Trimarco chamou a polícia, mas quando lá chegaram a filha já lá não estava. Segundo parece, alguém tinha avisado os proxenetas.
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Foi aí que Susana Trimarco começou a perceber a teia de cumplicidades entre os que fazem tráfico de mulheres os que raptam jovens como Marita e as forçam a prostituir-se e aqueles que era suposto impedir esse tráfego.

Falando com algumas das mulheres no bordel, começou a ter ideia de uma rede. Mas para entrar lá dentro, não podia confiar em ninguém. Tinha de ser ela própria. Assim fez. Vestiu-se como uma madame, treinou-se para usar linguagem a condizer, e começou a visitar as casas de prostituição de que foi tendo conhecimento.

Desde então, Susana dedica a sua vida a combater este crime no país. Na busca pela filha, resgatou centenas de mulheres de prostíbulos.

Também criou a Fundação María de los Ángeles, que presta assistência às vítimas e ajudou a capacitar juízes, promotores e policas para lidar com o tráfico de mulheres.

Já libertou e deu guarida a cerca de 500 raparigas apanhadas nas malhas do tráfico de mulheres. Mas ainda falta encontrar a filha Marita, ou saber o que lhe aconteceu. Conforme ela diz, se eu não tenho descanso eles também não hão-de ter. E a prova disso é o julgamento de 13 homens acusados pelo desaparecimento de Marita, que neste momento já decorre. Entre os acusados contam-se vários polícias.

Em 2007 recebeu nos Estados Unidos o prémio internacional "Mulher de Coragem" e este ano é candidata ao Nobel da Paz. E merece-o!

2 comentários:

Anónimo disse...

O mal no mundo é muito e tem grande poder, mas podemos lutar todos um pouco para o vencer. Esta é verdadeiramente uma mulher de coragem.
FF

Ver para crer disse...

Só Deus conseguirá vencê-lo de todo. Mas temos de dar uma ajuda no que nos for possível.