quinta-feira, 31 de março de 2011

Beatificação de jovem assassino


O caso é inédito mas vale a pena conhecê-lo. Trata-se do processo de beatificação do jovem francês Jacques Fesch, que foi guilhotinado em 1957 por matar um polícia e ferir outra pessoa durante um roubo. A sua conversão radical aconteceu na prisão, nos meses que antecederam a sua morte, aos 27 anos.

A conversão deste jovem foi apresentada à investigação diocesana, em 1987. O então Arcebispo de Paris, Cardeal Jean Marie Lustiger, orientou uma elaborada reflexão sobre a vida de Fesch e obteve a autorização da Congregação para as Causas dos Santos para abrir formalmente a causa de beatificação em 1993.

"Declarar santo a alguém não significa para a Igreja admirar os méritos dessa pessoa, mas propor um exemplo da conversão de alguém que, independentemente de sua caminhada humana, foi capaz de ouvir a voz de Deus e se arrepender. Não há pecado tão grave que impeça o homem de chegar a Deus, que lhe propõe a salvação", disse o Cardeal Jean quando abriu a investigação. "Espero que, um dia, eu o venere como uma figura da santidade", acrescentou. O processo concluiu a sua fase diocesana e seguiu há pouco para Roma.

Na história da Igreja Católica, só houve um outro caso precedente de alguém condenado à pena capital que tenha se convertido e, posteriormente, chegado à honra dos altares: o bom ladrão, crucificado junto a Jesus Cristo, há mais de dois mil anos. O jovem Jacques Fesch nasceu em 6 de Abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye. Era filho de um rico banqueiro de origem belga, ateu, distante do filho e infiel à esposa, da qual pediu divórcio. Ele próprio também acabou por casar civilmente mas fazia uma vida de playboy. O crime cometido por Jacques aconteceu em 24 de Fevereiro de 1954, quando tentou roubar o cambista Alexandre Sylberstein, com o objectivo de financiar a compra de um barco que o levaria ao longo do Oceano Pacífico. Na fuga matou um oficial de polícia que o perseguia mas acabou detido.

Logo após sua prisão, Jacques era indiferente à sua situação e ridicularizava a fé católica de seu advogado. No entanto, após um ano, o jovem assassino experimentou uma profunda conversão e arrependeu-se profundamente de seu crime.

A última coisa que escreveu no seu diário foi: "Em cinco horas, verei a Jesus". Foi guilhotinado em 1 de outubro de 1957.

Após a morte, sua esposa e filha honraram sua memória como exemplo de redenção. No princípio, tal reconhecimento foi depreciado pelo público, mas o trabalho de uma freira carmelita, irmã Véronique, e do padre Augustin-Michel Lemonnier fez com que a família publicasse o diário espiritual que Jacques havia escrito na prisão, páginas que serviram e servem de inspiração para muitas pessoas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Marcelo Candia, o santo moderno


O nosso mundo materialista e pagão precisa de santos como de pão para a boca. De pessoas que dêem exemplo de amor a Deus e ao próximo em grau elevado. E o testemunho que apresento esta semana é de um Cristão com maiúscula.
Marcelo Candia era um bem sucedido empresário italiano, figura modelar de leigo cristão que vivia o Evangelho. Um dia, resolveu vender a sua indústria química e transferir-se para o Brasil.
Com o lucro da venda da sua empresa, construiu para os pobres o Hospital São Camilo, no Amapá, confiando-o posteriormente aos padres médicos camilianos. Passou, em seguida, a viver na colónia-leprosário de Marituba, partilhando a sua vida com os leprosos, visitando a Europa para angariar fundos para os seus doentes, ainda mais quando o governo desactivou a cidade-leprosário que ficou praticamente a seu cargo, de dom Aristides Pirovano, ex-bispo de Amapá, e de padres e irmãs.
Marcelo não deixou nada escrito, mas somente o testemunho de sua vida de apóstolo da caridade, que se despojou de tudo e seguiu a Cristo, servindo aos pobres: o exemplo de um santo moderno que fez da riqueza um meio para a sua santidade. Ao concluir o processo diocesano para a beatificação de Marcelo, o então cardeal Martini, de Milão, sintetizou a sua vida em poucas palavras:
«Marcelo Candia é o modelo do leigo comprometido, dedicado, corajoso, que levou ao extremo a palavra de Cristo de vender tudo e de se pôr a serviço dos pobres, dos últimos, com toda a sua riqueza».
Marcelo Candia é o santo dos tempos modernos: dois títulos universitários, tenente de artilharia durante a Segunda Guerra, industrial de sucesso que dava o justo valor ao dinheiro, sempre envolvido em obras de solidariedade, provava com sua vida que as riquezas podem ser instrumento de santidade heróica e que um rico se pode tornar santo.
A grandeza do Dr. Marcelo brotava da sua vida de fé e de caridade. Era um empresário livre, como foi um santo livre. Não pertencia a nenhum movimento, nem instituto religioso e definia-se, simplesmente, como um "baptizado" que via nos pobres e, especialmente, nos leprosos, a imagem de Cristo sofredor e rejeitado pela sociedade opulenta e acomodada. Quando se fixou em Marituba, dividia a sua vida com os leprosos, sem nenhuma separação ou restrição em relação aos doentes e gostava de conviver com eles.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Exemplo para todos nós


Os mais novos sabem bem de quem se trata. Muitos, sobretudo raparigas, são seus fãs. Falo do cantor do Canadá, Justin Bieber, de 16 anos, uma das grandes sensações recentes da música internacional.
O que muitos não sabem é que ele é muito religioso e não se importa de o dar a conhecer. A “Paramount Filmes” lançou há dias um documentário intitulado “Justin Bieber: Never Say Never”. No filme, Bieber é apresentado a rezar e a dar graças antes dos shows e das refeições, além de outras expressões de sua fé cristã. Há ainda um depoimento de sua mãe Pattie Mallette, no qual ela fala como a fé a ajudou a estabilizar a sua vida como mãe solteira.
O documentário vem acompanhado de um “guia de recursos espirituais” para aqueles que estão interessados. O guia inclui versículos bíblicos relacionados com o filme que podem ser usados em pequenos grupos. “O filme é uma oportunidade para ensinar as nossas crianças sobre o poder da esperança, da oração, da fé e da família”, diz o guia.
Numa entrevista, em Novembro, à Associated Press, o cantor contou como a fé cristã o manteve com os pés no chão vivendo em Hollywood. “Sou cristão, acredito em Deus, eu creio que Jesus morreu numa cruz por meus pecados. Eu acredito que tenho um relacionamento e eu sou capaz de falar com ele e, realmente, Ele é a razão por que estou aqui, então eu definitivamente tenho que me lembrar sempre disso”, afirmou.
Um dos pontos que chama a atenção é o depoimento da mãe do cantor que revela como conheceu Cristo. Pattie Mallette foi abusada sexualmente quando criança e cresceu num lar desfeito. Na sua adolescência, começou a abusar do álcool e drogas e, pouco depois, fugiu de casa. Ela também tentou o suicídio e estava internada num hospital psiquiátrico quando um homem veio falar-lhe do amor de Deus e a ajudou a recebê-Lo em seu coração.
“Eu nunca fui casada. Eu vim para o Senhor, quando eu tinha 17 anos, mas logo após aceitar a Cristo, eu voltei a seguir as minhas próprias decisões e fiquei grávida“, revelou. “Percebendo o que eu tinha feito, voltei para Deus de todo coração, implorando-lhe que me perdoasse. É realmente um incrível testemunho da misericórdia de Deus e da graça. E o amor genuíno de pessoas na igreja que me incentivaram“.
A mãe de Justin educou-o na fé e agora é ele que dá testemunho da sua crença religiosa sem qualquer respeito humano. Ele diz abertamente que é contra o aborto e as relações sexuais sem amor.

sábado, 5 de março de 2011

Ministro católico paquistanês é morto por defender as minorias daquele país.


O Ministro das Minorias paquistanês, Shahbaz Bhatti, foi baleado em plena luz do dia quando seguia no seu carro acompanhado pelo seu motorista, na capital do país, Islamabad. Estaria a dirigir-se para o trabalho quando o incidente ocorreu, declarou a polícia, citada pela BBC News.

Shahbaz Bhatti tinha 42 anos e era o único cristão do corpo de ministros. Já tinha recebido ameaças de morte pela sua reforma da lei da blasfémia.

A lei da blasfémia defende a sentença de morte para quem insultar o Islão. Alguns críticos diziam que esta estava a ser usada para perseguir pequenas minorias.

Em Janeiro, o governador de Punjab, Salman Taseer, também morreu assassinado por um dos seus guarda-costas por ter a mesma posição em relação à lei.