quinta-feira, 24 de maio de 2012

A inspiradora de Raoul Follereau



Todos os que frequentam a igreja sabem que os textos bíblicos do Novo Testamento lidos nas missas falam volta e meia na necessidade de amarmos o nosso próximo. Dizem mesmo que não é possível amar a Deus se não amarmos os irmãos.

Felizmente a nossa Igreja tem tido pessoas que levam isto muito a sério. Foi o caso daquela que hoje é conhecida por Madre Eugénia Ravásio. Nascida em 1907 em Bérgamo – Itália, filha de camponeses, depois de passar vários anos a trabalhar numa fábrica, aos 20 anos sentiu o apelo de entrar na Congregação das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora dos Apóstolos. Foi nessa mesma congregação religiosa que Eugénia Ravásio desenvolveu a sua extraordinária personalidade, tendo sido eleita Superiora Geral com apenas 28 anos de idade.Em doze anos de actividade missionária, foi responsável pela abertura de 70 centros – cada um deles com uma respectiva enfermaria, escola e igreja – nos mais remotos locais da África, da Ásia e da Europa.Foi a responsável pela descoberta do primeiro medicamento para a cura da lepra, extraído a partir de uma planta tropical. Este mesmo medicamento foi posteriormente estudado e melhor desenvolvido pelo Instituto Pasteur, em Paris.

Durante o período de 1939-41 ela mesma concebeu, definiu e executou o frutuoso projecto de uma "Cidade dos Leprosos" em Azopte (Costa do Marfim). Esta mesma "cidade" era composta por uma área de 200.000 metros quadrados na qual se cuidava, de modo particular, de todos os doentes com lepra. Foi também ela que abrigou no seu convento de França Raoul Follereau perseguido pelos nazis. que, seguindo os passos da fundação de centros promovida pela Madre Eugénia, tornou-se no grande apóstolo dos leprosos.

Em gesto de reconhecimento por estes nobres projectos, a França conferiu-lhe a Coroa Cívica, a maior honra nacional dedicada ao trabalho social, em plena Congregação das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora dos Apóstolos, da qual a Madre Eugénia foi Superiora Geral desde 1935 até 1947.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um modo diferente de celebrar os anos


Isabel II, rainha de Inglaterra, nasceu a 21 de abril de 1926, mas o seu aniversário será celebrado oficialmente em junho, quando o clima é mais ameno. Este ano a celebração será a 16 de junho com o tradicional desfile militar. A Rainha celebra também este ano o Jubileu de Diamante de 60 anos como monarca e, segundo li, para comemorar a data vai colaborar na distribuição de Bíblias através de escolas e igrejas, ajudando o ministério "Bíblica".Aquele ministério "Bíblica" consciencializou igrejas e escolas da oportunidade de distribuir Bíblias em honra da Rainha, mas a ideia tomou grandes proporções. "O objectivo inicial era de 250.000 unidades, o que todos pensavam que era uma meta muito elevada para o Reino Unido, mas as denominações e igrejas estão muito animadas com isso. O número agora é de 450.000 unidades".

Doug Lockhart, director daquele serviço, diz que o resultado está a ser muito positivo num momento em que a frequência à igreja anglicana está em baixa no Reino Unido. Mas os jovens, segundo Doug, têm mostrado interesse no Evangelho.

"As Bíblias estão a ser entregues pessoalmente pelas igrejas e escolas. Portanto, não é apenas colocar uma Bíblia na mão de alguém, é uma experiência de pessoa a pessoa em que alguém está realmente a entregar uma Bíblia a outrém. E a esperança é que a interacção se traduza numa vida transformada".

As Bíblias serão entregues no final de maio e início de junho, e a expectativa é de distribuir até 450.000 cópias do Novo Testamento.

Achei interessante esta iniciativa num país como a Inglaterra e de mais a mais com a colaboração da figura mais emblemática daquele país.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A coragem de uma mãe

Li a história no Expresso de há dias. E procurei mais pormenores na internet. Susana Trimarco sofreu uma reviravolta há dez anos. Em 3 de abril de 2002, a sua filha, María de los Ángeles Verón, desapareceu em San Miguel de Tucumán, capital da província argentina de mesmo nome.
Marita, como era conhecida, foi sequestrada na rua quando ia ao ginecologista. Tinha 23 anos e deixou uma filha de 3. Chegou a ser vista em duas casas de prostituição da província de La Rioja, mas a polícia desconhece o seu paradeiro. Após uma notícia na rádio, alguém os contactou para dizer que tinha visto Marita num bordel. Trimarco chamou a polícia, mas quando lá chegaram a filha já lá não estava. Segundo parece, alguém tinha avisado os proxenetas.
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Foi aí que Susana Trimarco começou a perceber a teia de cumplicidades entre os que fazem tráfico de mulheres os que raptam jovens como Marita e as forçam a prostituir-se e aqueles que era suposto impedir esse tráfego.

Falando com algumas das mulheres no bordel, começou a ter ideia de uma rede. Mas para entrar lá dentro, não podia confiar em ninguém. Tinha de ser ela própria. Assim fez. Vestiu-se como uma madame, treinou-se para usar linguagem a condizer, e começou a visitar as casas de prostituição de que foi tendo conhecimento.

Desde então, Susana dedica a sua vida a combater este crime no país. Na busca pela filha, resgatou centenas de mulheres de prostíbulos.

Também criou a Fundação María de los Ángeles, que presta assistência às vítimas e ajudou a capacitar juízes, promotores e policas para lidar com o tráfico de mulheres.

Já libertou e deu guarida a cerca de 500 raparigas apanhadas nas malhas do tráfico de mulheres. Mas ainda falta encontrar a filha Marita, ou saber o que lhe aconteceu. Conforme ela diz, se eu não tenho descanso eles também não hão-de ter. E a prova disso é o julgamento de 13 homens acusados pelo desaparecimento de Marita, que neste momento já decorre. Entre os acusados contam-se vários polícias.

Em 2007 recebeu nos Estados Unidos o prémio internacional "Mulher de Coragem" e este ano é candidata ao Nobel da Paz. E merece-o!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ama enquanto é tempo!...


Alguém me enviou este comovente relato, dizendo que é real! Vale a pena ler... Transcrevo apenas o mais importante, mas oxalá não perca o vigor. «Depois de 21 anos de casado, decidi sair com outra mulher. Na realidade a ideia até foi da minha esposa. "Tu sabes que a amas", disse-me um dia. "A vida é curta e deves dedicar um tempo especial a essa mulher" completou ela. A outra mulher, a quem a minha esposa se estava a referir, era a minha mãe, viúva já há uns anos. As exigências do meu trabalho e os meus filhos faziam com que eu apenas a visitasse ocasionalmente. Nessa mesma noite eu convidei-a para jantar e ir ao cinema. "O que é que tens? Está tudo bem contigo?" – perguntou-me ela após o convite. "Pensei que seria agradável passar algum tempo só nós dois" respondi. Ela reflectiu um pouco e disse-me sorrindo : "Isso ia agradar-me muitíssimo!" Uns dias depois, eu estava a conduzir para ir buscá-la, depois do meu trabalho. E que coisa interessante... Pude notar que ela estava muito emocionada. Esperava-me à porta. Tinha feito um penteado e usava o vestido com que celebrou o seu último aniversário de casamento. "Eu disse às minhas amigas que ia sair contigo, e elas ficaram muito impressionadas..." – comentou ela enquanto subia para o carro. Fomos a um restaurante não muito elegante, mas muito acolhedor. A minha mãe agarrou-se ao meu braço como se fosse a primeira dama. Durante o jantar tivemos uma agradável conversa. Nada de extraordinário, só colocando a vida em dia. Falámos tanto que perdemos o horário do cinema. "Só sairei contigo novamente se me permitires que eu pague da próxima vez", disse a minha mãe quando a fui levar em casa. Ficou combinado. Mas daí a uns dias a minha Mãe faleceu com um enfarte fulminante. Nesse momento compreendi a importância de dizer "EU AMO-TE", e de dar aos nossos entes queridos o espaço que merecem.»