quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O exemplo dos muçulmanos


O sector encarregado dos transportes públicos de Londres publicou um comunicado a pedir desculpa por um dos seus motoristas ter parado o autocarro a meio de uma viagem para poder rezar. No dia 8 de Fevereiro, esse motorista que circulava na parte norte de Londres parou o seu veículo, estendeu um tapete no meio da calçada, tirou os sapatos, virou-se para Meca e começou a rezar em Árabe, segundo os meios de comunicação locais.
A Transport for London (TfL), que coordena os autocarros da capital, lembrou que respeita as crenças religiosas de seus empregados, mas pediu que não rezem durante suas horas de trabalho.
A "TfL pede desculpas aos passageiros por qualquer prejuízo que lhes tenha sido causado", declarou o organismo, afirmando que vai lembrar os condutores que precisam rezar que o façam "durante seus intervalos".
Trago para aqui esta notícia que a muitos parecerá bizarra para lembrar que nós cristãos temos muito a aprender com os muçulmanos no que diz respeito à necessidade de rezarmos.
O Evangelho de S. Lucas 18:1 diz-nos que devemos orar sempre, sem nunca esmorecer. Se Jesus diz isto é porque Ele sabia que a oração é muito importante para cada um de nós..
Então, para chegarmos a esse nível de prática da oração que a Palavra do Senhor determina – orar sempre, sem nunca esmorecer – , temos de cultivar dentro de nós o desejo de orar. E isso só será gerado quando amarmos verdadeiramente a Deus.
Quem ama, faz tudo para estar o máximo de tempo com a pessoa ou coisa amada! Se amamos a Deus, procuramos estar com Ele, mesmo sem dizer nada.
Os muçulmanos têm obrigação de orar cinco vezes ao dia, e isso em horas determinadas. Assim se compreende que aquele homem tenha parado o autocarro para cumprir o seu dever, quando viu que eram horas de o fazer. Todo o muçulmano anda sempre com um tapete para, quando chegar a hora, parar tudo para se ajoelhar em direcção a Meca e rezar. Nós os cristãos não precisamos de parar a horas determinadas para o fazer. Mas temos obrigação de orar a qualquer hora e sem esmorecer ou por preguiça ou por não vermos resultados.
A Quaresma também nos pode ajudar a ser fiéis a esse dever.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Tempo da Quaresma


Com a imposição das cinzas, inicia-se uma quadra particularmente relevante para todo o cristão que se quer preparar dignamente para viver o Mistério Pascal, quer dizer, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
Essa quadra, chamada Quaresma por ser de quarenta dias, é um tempo oportuno para rever a nossa caminhada de cristãos que querem seguir Jesus.
Esse tempo é muito rico de símbolos, pois lembramos os quarenta anos da peregrinação de Israel pelo deserto a caminho da terra prometida. Essa experiência do deserto foi muito importante porque colocou o povo diante da opção entre o Deus revelado a Abraão, e os ídolos. Lembramos ainda os quarenta dias, que Moisés jejuou no monte Sinai (Ex. 34,28), quando houve a manifestação de Deus, e lhe deu as tábuas da lei, contendo os dez mandamentos. Recorda-nos também o tempo que o profeta Elias caminhou em direcção do monte Horeb (1Rs 19,8), onde teve uma grande experiência espiritual.
Geralmente, as nossas comunidades procuram imitar Jesus Salvador que jejuou quarenta dias no deserto, depois do seu baptismo no Jordão (Mt 4,2 ; Lc 4,1). O deserto, na concepção bíblica, é considerado o lugar da provação, da experiência da solidão e de penitência. É o lugar do encontro consigo mesmo e da reflexão, diante das grandes decisões que marcam etapas na história da salvação.
A Quaresma é convite à penitência, à conversão, à oração e à reflexão. Por isso, somos convidados a seguir mais no caminho que Jesus nos ensinou e a recuperar valores perdidos do cristianismo para a construção do Reino de Deus.
A grande mensagem é “Convertei-vos e acreditai no Evangelho".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma santa ousadia juvenil


Talvez alguém leve a mal de falarmos de velórios no Carnaval, mas alguns fazem deles verdadeiro carnaval.
Todos sabemos que o velório dos defuntos serve para muita coisa que não devia servir. Como dizia alguém, por vezes “aí se enterram os vivos e desenterram os mortos.”
Um nosso leitor telefonou-me mesmo para dizer que ficou muito aborrecido porque alguns dos presentes em certo funeral de pessoa cristã lhe disseram que rezar o terço não estava de acordo com as leis da Igreja.
Há dias contaram-me que uma jovem no velório do seu avô, vendo que as pessoas não se calavam, decidiu levantar a voz para censurar o que se estava a passar. E disse com a irreverência própria da idade:
– Desculpem! Mas todos sabem que o meu avô, se agora pudesse falar, diria que não gostava do que se está a passar neste velório. Sei que ele gostaria que guardassem as conversas para outro lado e fizessem o maior silêncio possível ou rezassem. Não levem a mal mas ou rezem comigo ou vão à vossa vida. Desculpem! Desculpem!
Quero aqui deixar um louvor a esta jovem. A sua ousadia só pode ser criticada por quem não tem capacidade para entender que um velório deve ser uma comunhão na dor de quem perdeu um ente querido e uma ocasião de reflectir e rezar. Aquilo que se passa em muitos velórios é desumano e anticristão. Se querem conversar, deixem a sala onde está o defunto e procurem um sítio mais próprio para isso.
Não é preciso estar sempre a rezar e muito menos em voz alta: o silêncio também é importante. Mas deve haver comunhão com o que partiu e com os seus familiares que ali estão horas e horas seguidas. O barulho só serve para os debilitar ainda mais.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Dia Mundial do Doente


No dia 11 de Fevereiro a Igreja celebra o Dia mundial do Doente. E o Vaticano publicou mais uma vez uma mensagem do Papa Bento XVI para esse dia. Este ano, a mensagem dirige-se particularmente às crianças enfermas e sofredoras.
Muitos destes pequenos seres humanos têm «enfermidades que causam invalidez; outros lutam contra males hoje ainda incuráveis, não obstante o progresso da medicina e a assistência de válidos cientistas e profissionais do campo da saúde. Existem crianças feridas no corpo e na alma em conflitos e guerras, e outras ainda, vítimas inocentes do ódio de insensatas pessoas adultas. Existem meninos e meninas "de rua", carentes do calor de uma família e abandonados a si mesmos; e menores profanados por pessoas sem escrúpulos, que violam a sua inocência, provocando sequelas psicológicas que as marcarão pelo resto da vida».
E o Papa continua:
«Não podemos ignorar o incalculável número de menores que morrem por causas como sede, fome, carência de assistência sanitária, assim como os pequenos refugiados, escapados de suas terras com os pais em busca de melhores condições de vida. De todas estas crianças, eleva-se um silencioso grito de dor que interpela nossas consciências de homens e cristãos».
A comunidade cristã não pode ficar indiferente diante de situações tão dramáticas – lembra o Papa.
Não deixemos, pois, de assistir dentro das nossas possibilidades aos nossos irmãos doentes, sobretudo os que estão mais sós ou carecem de maior ajuda. Prestar assistência aos doentes é uma das obras de misericórdia.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Urgente evangelizar


Já o saudoso Papa João Paulo II pedia na sua Carta Apostólica «O Rápido Desenvolvimento», de 24 de Janeiro de 2005:
«Não tenhais medo das novas tecnologias! Elas incluem-se "entre as coisas maravilhosas" – "inter mirifica" – que Deus pôs à nossa disposição para as descobrirmos, usarmos, fazer conhecer a verdade, também a verdade acerca do nosso destino de filhos seus, e herdeiros do seu Reino eterno.»
E o actual Papa vem dizer-nos o mesmo: É preciso usar os novos meios tecnológicos para anunciar Jesus Cristo. A missão já não se faz só nas igrejas ou entre amigos e conhecidos. O espaço de missão passou a ser o mundo.
O Papa não quer que ponhamos na gaveta os meios tradicionais de anunciar o Evangelho. Mas deseja que se actualize o modo de o fazer. E, em boa verda-de, isso já acontece. Talvez aconteça ainda de um modo pouco organizado ou, pelo menos, pouco reflectido. Mas, basta entrar na Net para perce-ber que Cristo já por lá anda.
Mesmo na nossa diocese, já são vários os padres e leigos que dedicam algum do seu tempo a usar estes meios para evangelizar.
“Para Bento XVI, as “vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas” tornaram-se um instrumento útil para abordar “ questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil”.
“Pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações”, acrescenta.
Em pleno Ano Sacerdotal, o Papa escreve que o sacerdote acaba por encontrar-se como que no limiar de uma "história nova", porque “quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais o sacerdote será chamado a ocupar-se pastoralmente disso, multiplicando o seu empenho em colocar os media ao serviço da Palavra”.