
Quem tem na sua ideia a imagem de um Jesus pacifista, que não é capaz de levantar a voz contra ninguém e muito menos actuar de alguma maneira contra quem desrespeita o sagrado, irá achar que este episódio está a mais nos evangelhos. Mas quem conheça mesmo a sério o que os evangelistas relataram sobre as palavras e acções de Jesus saberá que Jesus é compassivo com os pobres e os pecadores arrependidos, mas duro para com os hipócritas e pecadores inveterados. Ele chama aos fariseus “sepulcros caiados por fora e cheios de podridão por dentro”, “raça de víboras”, “lobos vestidos de ovelha”, etc..
E noutro passo grita: "Hipócritas! Devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo".
Se Jesus hoje viesse de novo pregar nas nossas terras, decerto seria também bastante duro contra muita gente e até contra muitos dos que se dizem pregadores do Seu evangelho. Há meio ano falei aqui da chamada teologia da prosperidade, com que muitos fundadores de novas seitas exploram e sugam o dinheiro aos pobres. Mas podia falar, e faço-o nos Testemunhos Vivos deste número de “O Amigo do Povo”, dos charlatães que usam e abusam da boa fé de tantos doentes para lhes sugar o pouco dinheiro que têm a troco de benzilhices e exorcismos.
Rezar pelos doentes é uma coisa bem diferente do que enganá-los com falsos exorcismos e benzeduras. A Igreja sempre foi contra isso como podemos ver nos relatórios das Visitações periódicas às paróquias feitas pelos Arcediagos em tempos passados.
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