sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Irmã Dulce dos pobres




Enquanto em Lisboa se viviam ainda os ecos da beatificação da Irmã Clara do Menino Jesus, no Brasil, era aclamada como beata a Irmã Dulce, a “Santa Dulce da Baía”. A beatificação teve lugar no passado dia 22 de Maio em S. Salvador da Baía.
Muitos chamavam-na “Irmã Dulce dos pobres”, pelos milhares de indigentes que atendia, mas a verdade é que outros gostavam mais de chamá-la de “Santa Dulce da Baía”, como fazia o escritor Jorge Amado.
Professora, aos 18 anos entrou para o Convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em Sergipe. Em 15 de agosto de 1934, fez a sua profissão de fé e voltou a Salvador. Começou o seu trabalho num barracão, para onde levava doentes e desabrigados. Depois ocupou um pavilhão abandonado e, despejada pelo proprietário, transformou o galinheiro do Convento Santo António em albergue para os pobres.
Anos depois, em 1959, a Irmã Dulce conseguiu um terreno para construir o Albergue Santo António. Em 1970, foi fundado o Hospital se Santo António, ao lado do albergue, obra que hoje possui mais de 1.000 camas e atende cerca de 4.000 pessoas por dia. A Irmã Dulce também abriu um orfanato para 300 menores e passou muitos anos saindo diariamente para pedir donativos de porta em porta. A sua obra foi crescendo e ela percebeu que era preciso trocar as ruas pelos gabinetes das autoridades e empresários, num trabalho incansável atrás de verbas. Abnegada, a freira baiana viveu pobre entre pobres como franciscana. Em 1990, com os pulmões abalados e sérios problemas respiratórios, entrou numa agonia que durou 16 meses, até ser levada do hospital para o Convento Santo António, onde morreu, em 13 de março de 1992. “Quero morrer aos lado dos pobres”, pediu.
Como vemos, esta é uma santa do nosso tempo. O que nos vem lembrar que ainda hoje há pessoas que dedicam toda a sua vida a ajudar os mais pobres. Sinal de que a luz da Fé ainda brilha e o sal não perdeu a sua força.

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