Há pessoas que ao morrer deixam uma auréola enorme de santidade. É o caso de Zilda Arns que dedicou a sua vida a ajudar os mais pobres. Chegou a pensar em dar aulas, mas migrou para a Medicina e, desde sempre, para o trabalho voluntário.
“Em 1983”, lembra Zilda, “James Grant, na época director-executivo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), propôs ao meu irmão, Dom Paulo Evaristo Arns (hoje cardeal-arcebispo emérito de São Paulo), que a Igreja Católica contribuísse para a diminuição da mortalidade infantil pela difusão do soro caseiro. Dom Paulo telefonou-me e propôs que eu escrevesse um projecto para apresentar à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.” Estava nascendo a Pastoral da Criança.
O trabalho como médica pediatra e de Saúde Pública (formou-se em 1959) deu-lhe experiência. “Desde muito jovem eu sonhava em trabalhar como missionária para poder ajudar crianças e famílias pobres a ter mais oportunidades e melhor qualidade de vida. Quando decidi ser médica, pensava em ir para lugares como as comunidades ribeirinhas da Amazónia e as favelas do Rio de Janeiro, para cuidar de crianças”.
Este sonho realizou-o largamente dedicando-se inteiramente à Pastoral da Criança. No ano passado, esta Pastoral acompanhou de perto 100 mil gestantes e 1,9 milhão de crianças pobres menores de seis anos. Foram, no total, 1,465 milhão de famílias acompanhadas em 42.672 comunidades, espalhadas por 4.120 municípios de todo o país. Quem faz esse trabalho é um exército de 272.373 voluntários, sendo 149.691 líderes comunitários, na grande maioria (mais de 90%) mulheres.
Em 2004, a doutora Zilda passou a coordenar também a Pastoral da Pessoa Idosa, criada naquele ano. São 6.500 voluntários em 276 municípios, que acompanham mensalmente mais de 36 mil idosos. No ano passado, ela foi indicada para o Prémio Nobel da Paz. E bem o merecia!
No passado dia 12 estava em serviço no Haiti e morreu, vítima do sismo, acompanhada de muitas outras pessoas pobres a quem queria também ajudar.
Que belo exemplo de dedicação esta Mulher nos dá a todos!
6 comentários:
Mais uma Católica de excepção a Dona Zilda. Tenho orgulho de pertencer a uma Igreja com pessoas assim!...
Sim, é verdade, mas parece que é preciso morrer, como o grão de trigo, para se conhecerem os frutos.
Ainda hoje se perguntava: Que é da Igreja de Haiti?: o Bispo morreu, os seminaristas também, o Vigário Geral também!. Mas os media não dão essas notícias. Quantos milhares de pessoas se entregam e trabalham sem serem notícia! Mas, diga-se a verdade, não é para serem notícia que trabalham. Trabalham para o bem dos seus semelhantes.
FF
FF:
A Igreja do Haiti é o que forem os seus membros.
E estas provações acabam por fortalecer ainda mais a fé na vida das pessoas.
Tenho orgulho de ser brasileiro pela Dona Zilda. Ela foi um mulherão, verdade?!
Tenho orgulho de ser brasileiro pela Dona Zilda. Ela foi um mulherão, verdade?!
É de pessoas assim que o mundo precisa. Dinâmicas e amigas de ajudar os mais pobres.
Que o Senhor nos dê muitas almas que se sacrifiquem pelos outros.
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