terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Testamento de Martín Vigil


O boletim “Bellavista” dos antigos Jesuítas de Vigo deu a conhecer o emocionante Testamento do espanhol José Luis Martín Vigil, que abandonou, há muitos anos, a Companhia de Jesus e se tornou num famoso escritor. Eis o seu teor:
«Bom, por fim morro cristão como comecei. Creio em Deus. Amo a Deus. Espero em Deus. Não perseverei na Companhia de Jesus mas não deixei de a amar e estar-lhe agradecido. Não conheço o ódio, não preciso de perdoar a ninguém. Mas sim que me perdoem quantos se sintam credores meus com razão, que serão mais dos que conservo na memória.
Amei ao próximo. Não tanto como a mim mesmo, se bem que tentei isso muitas vezes. Não farei um discurso sobre a minha passagem pela vida. Quanto há para saber de mim o sabe Deus. Quanto aos meus restos mortais, só desejo a cremação e consequente devolução das cinzas à terra, na forma mais simples e menos molesta e onerosa. Deixai-vos pois de flores, memórias ou similares. Tudo isso é lixo; só desejo orações.
Deste mundo só levo o meu traje: a minha alma. Consignado tudo o resto, agradecido a todos, desejo causar o mínimo de incómodo. Deus vos pague.»

Sem comentários: