sexta-feira, 29 de maio de 2009

Jovens revelam vontade de ter mais filhos


A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas divulgou o estudo 'Número de Filhos' elaborado com a coordenação científica do Professor Doutor Eduardo Brito Henriques, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.
O objectivo é identificar qual o número de filhos que as mulheres portuguesas gostariam de ter e quais os obstáculos sentidos para que tal não aconteça. Algumas das conclusões deste estudo referem que:

O número desejado de filhos é francamente superior a 2.1 em todas as faixas etárias;

Mais de 50% das jovens entre os 18 e os 24 anos gostaria de ter 3 ou mais filhos;
Um quarto das mulheres até aos 30 anos gostaria de ter 4 ou mais filhos;

Em termos de conjugalidade, as pessoas que estão em união de facto parecem desejar ter menos filhos do que as casadas;

As maiores diferenças entre o nº desejado de filhos e os que pensam vir a ter estão nas mulheres entre os 25 anos e 34 anos;

Muito vincada a percepção de que os filhos são caros e que as pessoas não têm condições para suportar alimentação, vestuário e despesas escolares;

A seguir às questões financeiras, a possibilidade de ter um trabalho que permita continuar a acompanhar os filhos é a questão mais significativa, seguida das questões ligadas á Habitação;As questões relacionadas com mais licenças de trabalho são percepcionadas pelas mulheres como de última ordem;

Nas várias áreas os apoios financeiros pela via das deduções em imposto são os preferidos Dedução das despesas essenciais dos filhos e dedução nos impostos à habitação;

Em termos de apoios escolares foi em média considerado mais importante o pagamento aos pais para colocação dos filhos na escola/creche à sua escolha.

Em termos gerais, é significativo que todas as medidas tenham colhido bons resultados, parecendo mostrar a diversidade de necessidades e de opções da população. Esta diversidade é transversal a todas as idades, escolhas partidárias e escalão de rendimento.

Visto em Olhar público

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Voluntariado a crescer

A adesão ao voluntariado está a aumentar em Portugal por ser cada vez mais “uma forma de estar na vida”. Quem o diz é Isabel Jonet, presidente da EntreAjuda, instituição que criou a Bolsa do Voluntariado e viu o número de inscritos crescer 47% em 2008.
Lançado em Dezembro de 2006, este portal juntou 5521 voluntários em menos de um ano. E, em Dezembro do ano passado, contava já com 8121 adesões. Quanto a instituições a precisar de ajuda, estavam inscritas 567.
“Portugal é um país onde existem muitas pessoas que querem ser solidárias e voluntárias e que muitas vezes não sabem onde nem como. Por outro lado, muitas instituições precisam de trabalho voluntário, mas não o sabem enquadrar”, explica Isabel Jonet. A maioria dos inscritos são mulheres de Lisboa e Porto, que procuram actividades na área da solidariedade social. São normalmente estudantes ou professores. Segundo a coordenadora da Bolsa do Voluntariado, Sofia Cunha Pereira, as instituições inscritas já têm pelo menos um voluntário requisitado através do site.

sábado, 23 de maio de 2009

Comunicações Sociais


A propósito do Dia das Comunicações Sociais, lembro-me de um facto verdadeiro, contado por um colega, o Cónego Adriano.
Há uns anos um homem do Porto da Vila, freguesia de Penela, encontrou um pequeno papel afixado num poste que dizia simplesmente: "Cristo morreu por ti". Ao fundo um convite para participação num culto e a direcção da Igreja protestante que o promovia.

O homem não participou do culto, que iria ter lugar em Coimbra, mas resolveu pedir mais informações para a direcção que ali vinha.

Resultado: Alguém veio falar com ele e com um pequeno grupo de vizinhos e daí a algum tempo punham mãos à construção de um pequeno lugar de culto no lugar de Viavai, ali bem próximo e com mais população.

Lição deste caso: Temos de usar todos os meios ao nosso alcance para levar o Evangelho de Jesus Cristo aos homens de hoje.


Foi neste sentido que o Vaticano lançou há dias o portal www.pope2you.net ("Papa para ti", em tradução livre). É mais uma iniciativa da Santa Sé que usa a internet como ferramenta para aproximar Bento XVI do público jovem.
Em Janeiro, o papa lançou um canal próprio no YouTube. O novo portal promove a fé católica e oferece aplicativos que permite que usuários do Facebook e de iPhone se integrem no portal.
"Estas aplicações abrem a Igreja ao mundo das redes sociais, uma espécie de continente, onde os jovens podem ajudar a levar a fé católica", disse Padrini na apresentação do portal no Vaticano. Através das informações que circularem no Facebook, onde há muitos grupos católicos, queremos estimular a reflexão e a amizade e difundir a fé católica, conforme o Papa pediu aos jovens na praça de São Pedro", acrescentou.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Lembrando o P.e Francisco

Faleceu há dias o Padre Francisco Antunes.
Este Homem, enquanto a saúde lho permitiu, correu meio mundo para ajudar os que precisavam. E ainda há pouco lhe apareciam pessoas a bater-lhe à porta!... Sobretudo ciganos. Pelo trabalho em favor de muitos deles, era conhecido pelo padre dos ciganos.
Em boa hora, a Gráfica de Coimbra recolheu alguns artigos que ele publicou, há anos, no jornal "O Dever" da Figueira da Foz. Todos eles têm uma marca profunda do seu coração de Bom Samaritano. E ficaram assim guardados em livro para serem alavancas a despertar-nos a todos para a acção. Não garanto que esse livrinho a que pôs o nome de ALAVANCAS ainda esteja á venda.
Mas para homenagem ao seu autor, deixo aqui um naco da sua prosa:
«Ouvi-o muitas vezes. Nunca como naquele dia! Comigo eram centenas de milhar. Talvez tu mesmo. O tema era o Samaritano da parábola, a sua paixão, os pobres.
– Passou o sacerdote. Passou o levita. Passaram todos. Só o Samaritano parou. E todos os que passaram se julgavam dinamizados pelo Amor. Só o Samaritano mereceu canonização: "Faz tu como ele!"
E o padre Américo disse, disse e disse. Da miséria em que topava a cada passo. De como se podia dizer dele ser o senhor dos Aflitos. De como era urgente cada um afligir-se pelo seu irmão caído.
– "Meus irmãos, eu não sei nada! Só sei do Pobre. E este crucificado.". E o seu apelo: "Aflige-te! Ama!", galgou as serras d' Aire. Abriu brecha em crentes. E em não crentes. E anos passados eram centenas as famílias a viver em casa decente. Horta e flores à porta. Sol, luz e ar puro. A descobrir que tinham grandeza humana e vocação a alturas.
O Padre Américo foi-se. O seu apelo continua a defender-me da tentação da inércia.»
Anda. Vem Comigo. Quem quer que sejas. Seremos alavancas. Dos feridos pela desgraça, dos conformados com a miséria, dos afeitos à injustiça, dos vencidos na esperança. Hei-de inquietar-te. Pegar-te fogo. Martelar-te: "Aflige-te! Ama!"
Regressado à Figueira, todos os dias me bate à porta a dor e a miséria em todas as escalas e tons.
É a Ivone. É o Rui. É o João. A «Legião», o «Casal Novo», o Jaime, a Conceição ... Os meus velhinhos. Os doentes. Os presos. Os ciganos ... Todos aqueles que há dois anos requisitei ao meu Bispo.
Mas a carga é demasiada. Cristo aceitou o cireneu. Eu preciso de alavancas. Sê alavanca.»

sábado, 9 de maio de 2009

E a doença foi uma bênção

Não é fácil descrever o que aconteceu naquela família, quando a D. Zulmira foi hospitalizada. O diagnóstico era reservado e o marido foi logo prevenido de que, a ficar boa, a esposa tinha para mais de meio ano de tratamento.
O filho mais velho tinha entrado há pouco para a universidade e a mais nova estava no 6º ano. Havia ainda um outro filho de uns 15 anos, que também estudava.
Toda a família a ia visitar ao hospital. E a doente é que tinha de dar ânimo aos filhos, ao marido e até a outros familiares.Em casa, nos primeiros tempos, era uma anarquia. Quem é que havia de fazer o comer? Depois era preciso lavar, varrer, limpar. A mãe estava no hospital. A avó aparecia por lá, mas estava tão nervosa como os netos e o genro.
– Façam só o indispensável. Para a semana tenho fé que já vou para casa.
A Zulmira sabia que a sua doença não é das que passam em poucos dias, mas tinha fé que a Senhora de Fátima sabia o que era a falta duma mãe numa casa. Para além disso era preciso incutir fé e coragem na sua família.
– Rezem o terço todos os dias para que Deus me ponha boa. E não deixem de ir à Missa.
O filho mais velho tomou aquelas palavras para ele. As mais das vezes ficava na cama, em vez de se levantar para cumprir o preceito dominical.
Foram mais de três meses no hospital e depois tratamentos de quimioterapia.Mas pouco a pouco tudo ia sendo feito naquela casa. Até a mais nova já cozinhava, lavava e varria, quando chegava a sua vez. E todos os dias havia tempo para rezar naquela casa. O universitário de novo se acostumou a levantar cedo ao Domingo para ir à Missa.
A coragem e fé da mãe superou o mal ruim. E a família tinha amadurecido em todos os sentidos. Passados mais de 3 anos, tive ocasião de ouvir daquela senhora que a doença tinha unido os membros da família não só entre si mas também com Deus.
Daí que me tenha dito que no seu caso a doença havia sido uma bênção de Deus.

sábado, 2 de maio de 2009

À minha mãe

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Antigos seminaristas

No âmbito do programa do 1º Congresso de Antigos Alunos dos Seminários de Portugal, foram apresentados os resultados de um inquérito levado a cabo pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica. Este trabalho deu a conhecer quem são, por onde andam, porque entraram no seminário e o que pensam os antigos seminaristas de Portugal sobre alguns temas da actualidade.
O documento de conclusões do I Congresso de antigos alunos de Seminários aponta que mais de 67 mil pessoas foram formadas nesta instituição. Uma aprendizagem que constituiu “um contributo significativo à formação cívica e cristã de muitos jovens” que deve ser posta ao serviço do “desafio premente da nova evangelização”.
O estudo da UCP apresentado no congresso mostra que os antigos alunos dos seminários são professores, gestores, empresários, advogados, juízes, magistrados, procuradores e também bancários, havendo alguns protagonistas na sociedade civil portuguesa. Um contributo cívico prestado por diversas personalidades que deveria ser igualmente posto ao serviço da Igreja.
Compete à Igreja aproveitar melhor as competências destes leigos, e estes não devem estar à espera de um convite pessoal. Se são pessoas de fé, e são-no quase todos, sabem que compete ao cristão pôr os seus dons ao serviço da comunidade em que estão inseridos.
Outra das conclusões deste estudo é que mais de 50 por cento dos inquiridos vai à missa pelo menos uma vez por semana. Metade dos leigos diz que se não tivesse frequentado o seminário, não teriam tantas habilitações académicas e valores para a vida, revela o responsável, citado pela Lusa.
Muita desta gente está ligada afectivamente a antigos companheiros do seminário e por isso vai aparecendo em encontros promovidos por associações de antigos seminaristas. O reconhecimento à Igreja que lhes proporcionou uma vida melhor está também presente em quase todos. As críticas que aqui e ali se ouvem são muitas vezes sintoma da ligação afectiva que muitos mantêm com esta instituição que lhes abriu um futuro melhor.